Muitas pessoas trabalhando juntas ajudam ou atrapalham o processo de inovação?
Ou será que a necessidade é a mãe das invenções/inovações?
Esse foi um comentário feito no tema sobre os 10 perfis listados por Tom Kelley da empresa de design IDEO (CA, USA).
Na minha opinião e prática, a empresa, ou o local onde acontece a inovação precisa estar aberto para receber a inovação. O grupo de trabalho tem uma participação secundária nesse processo, mesmo que esse grupo seja o responsável por "fazer acontecer" a inovação.
Muitas pessoas trabalhando no mesmo sentido de inovar em um processo ou em um produto/serviço ajudam muito a qualidade da inovação e o grau de inovação atingido.
Costumamos dizer uns aos outros que devemos nos reunir para trocarmos idéias a respeito de determinado assunto, ou projeto.
Isso é um engano da língua portuguesa. Não temos idéias repetidas que queremos trocar com outros da mesma forma que fazíamos quando pequenos com álbum de figurinhas.
Aqui entra o famoso "1+1>2" (um mais um não são dois, é maior que dois), ou seja quando nos reunimos com idéias próprias e colocamos sobre a mesa de discussões, caderno de anotações, brainstorm de post-it, etc..., nós na verdade estamos dando nossas idéias para outras pessoas e recebendo as idéias delas. Não trocamos de idéia. Somamos as idéias dos outros ao nosso vocabulário de idéias e vice-versa. Todos saem ganhando idéias novas e algumas são elencadas para serem implementadas no projeto.
Quando temos muitas pessoas, várias idéias são listadas e podemos selecionar as mais relevantes e as que agregariam maior valor ao produto final (segundo ótica do usuário final) e dividir a tarefa de implementá-las (caso sejam muitas). Com poucas pessoas participando do processo inovador, a geração de idéias fica limitada na maioria das vezes, e o processo de implementação sobrecarrega os participantes.
Como posso automatizar um processo se eu tenho que executá-lo sem atrasos? Tenho que gastar tempo realizando a tarefa e arrumar tempo extra para realizar a automatização. Após a implementação, ou a adoção da inovação, tudo ficará melhor e mais fácil. Mas, existe uma grande barreira entre o idealizar e o implementar.
Voltando ao tema inicial, muitas pessoas comprometidas com a inovação ajudam e melhoram em muito o processo inovador como um todo. Todos participam da geração de idéias e concepção da inovação, todos dedicam tempo para "fazer acontecer" e já na fase de testes (versão beta) todos já estão adotando e tratando de melhorar, simplificar, e remover os obstáculos encontrados. Ou seja, a adoção da inovação acontece já na fase inicial do processo, não é necessário um grande esforço de modificação de comportamentos e atitudes para que ela seja implementada e adotada de forma plena e satisfatória.
Que a necessidade é a grande geradora e estimuladora das inovações isso eu não tenho dúvida. Muitas vezes, sentimos a necessidade de melhorias e inovações em determinados produtos ou processos, e ao iniciarmos o trabalho com foco nessa necessidade inicial, nos deparamos com algo muito maior que precisa ser avaliado e muitas vezes o projeto inicial pode ser abandonado para centrarmos toda a energia e esforço nesse novo projeto. Mas, nada teria acontecido sem a necessidade inicial que motivou o início do processo.
Nota: Vejam que isso acontece o tempo todo com os produtos da Google. Quando já tem algo funcional disponível, eles colocam em versão beta para os usuários da web testarem e vão aprimorando aos poucos. Vejam que eles tem um Google Labs com várias ferramentas disponíveis para test drive dos internautas.
http://labs.google.com/
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
DMNE, muito interessante. 1 + 1 > 2 me lembrou Aristoteles (o todo é diferente da soma das partes). Continuando no tema das inovações... O post anterior falava das pessoas que facilitavam as inovações. E sobre aqueles que detestam, tem medo ou simplesmente não querem a inovação? Existe algum estudo sobre as pessoas que bloqueiam (ou tentam bloquear) as inovações? Eu conheço pelo menos um tipo: o cara que tem monopólio de uma atividade e que tem medo da inovação porque ela o deixará exposto. Isto é, forçará uma mudança nas suas atividades/hábitos.
Postar um comentário