segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Zona de Conforto

Essa fábula que transcrevo abaixo reflete uma triste realidade presente na vida de quase todos.

O que eu sempre gostei da minha carreira foi a diversidade de tarefas e falta de rotina presente. Conforme o tempo passa, as rotinas aparecem trazendo a mesmisse e a zona de conforto se estabelece.

Já li em vários livros sobre a destruição criativa necessária para transformar processos e produtos existentes em coisas revolucionárias e relançar um substitutivo para o produto ou serviço existente. De tempos em tempos empresas inovadoras destroem seus produtos campeões de venda e trazem novidades ao mercado que mantém a empresa na liderança, e os concorrentes que estavam "copiando" o produto destruído não ocupam o lugar deixado devido à nova empresa ter gerado valor na inovação trazida que substituiu o produto que ela própria deixou para trás.

Mas, e nossa carreira, pode ter algo a ver com isso?

Eu acredito que sim. Estou experimentando isso. Resolvi destruir a minha carreira e reconstruí-la totalmente, em novo ramo, nova atividade, novo setor. Acredito no sucesso que terei no longo prazo, bem como na sobrevivência do curto prazo.

Como sempre, para inovar é necessário investir para poder colher os frutos no futuro. Com o devido planejamento, é possível garantir a sobrevivência no curto prazo e alavancar ganhos maiores para o longo prazo.

Sobre a fábula, segue abaixo (desconheço o autor, mas ela é bem conhecida de muitos):

A Vaquinha

Um Mestre da sabedoria passeava por uma floresta com seu fiel discípulo quando avistou ao longe um sitio de aparência pobre e resolveu fazer uma breve visita. Durante o percurso ele falou ao aprendiz sobre a importância das visitas e as oportunidades de aprendizado que temos, também com as pessoas que mal conhecemos.

Chegando, constatou a pobreza do lugar, sem calçamento, casa de madeira, os moradores, um casal e três filhos, vestidos com roupas rasgadas e sujas. Então se aproximou do senhor, aparentemente o pai daquela família, e perguntou: Neste lugar não ha sinais de pontos de comercio e de trabalho.

Como o senhor e a sua família sobrevivem aqui?

E o senhor calmamente respondeu:

- Meu amigo, nos temos uma vaquinha que nos da vários litros de leite todos os dias. Uma parte desse produto nos vendemos ou trocamos na cidade vizinha por outros gêneros de alimentos e a outra parte nos produzimos queijo, coalhada, etc. para o nosso consumo e assim vamos sobrevivendo.

O sábio agradeceu a informação, contemplou o lugar por uns momentos, depois se despediu e foi embora.

No meio do caminho, voltou ao seu fiel discípulo e ordenou: Aprendiz, pegue a vaquinha, leve-a ao precipício ali na frente e empurre-a, jogue-a lá em baixo.

O jovem arregalou os olhos espantado e questionou o mestre sobre o fato da vaquinha ser o único meio de sobrevivência daquela família, mas, como percebeu o silencio absoluto do seu mestre, foi cumprir a ordem.

Assim empurrou a vaquinha morro abaixo e a viu morrer. Aquela cena ficou marcada na memória daquele jovem durante alguns anos e um belo dia ele resolveu largar tudo o que havia aprendido e voltar naquele mesmo lugar e contar tudo aquela família, pedir perdão e ajuda-los. Assim fez, e quando se aproximava do local avistou um sitio muito bonito, com arvores floridas, todo murado, com carro na garagem e algumas crianças brincando no jardim.

Ficou triste e desesperado imaginando que aquela humilde família tivera que vender o sítio para sobreviver. Apertou o passo e chegando lá, logo foi recebido por um caseiro muito simpático e perguntou sobre a família que ali morava ha uns quatro anos e o caseiro respondeu:

- Continuam morando aqui.

Espantado ele entrou correndo na casa e viu que era mesmo a família que visitara antes com o mestre.

Elogiou o local e perguntou ao senhor (o dono da vaquinha) :

- Como o senhor melhorou este sitio e está muito bem de vida?

E o senhor entusiasmado, respondeu:

- Nos tínhamos uma vaquinha que caiu no precipício e morreu. Dai em diante tivemos que fazer outras coisas e desenvolver habilidades, que nem saibamos que tínhamos.

- Assim alcançamos o sucesso que seus olhos vislumbram agora.

Ponto de reflexão:

Todos temos uma vaquinha que nos dá alguma coisa básica para sobrevivência e uma convivência com a rotina.

Eu descobri minha vaquinha e a empurrei barranco abaixo! Resolvi sair da minha zona de conforto e criar novos desafios para minha pessoa e para minha carreira.

E você? Descubra a sua vaquinha e mãos-a-obra!

NOTA: assim como produtos e empresas inovadoras não existem em todos os lugares, esse princípio não é recomendado a todos. Tem empresas que sempre estarão atrás das outras copiando ao invés de criando e inovando. Se o profissional não tem o perfil empreendedor ele terá muita dificuldade em tomar essa ação.

(Viste meu blogspot: http://e-innovate.blogspot.com)

Um comentário:

Diego Gazola disse...
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