segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Não controlamos o tempo

Na convenção que organizamos, trouxemos um palestrante que dentre muitas histórias trouxe a tona essa dura realidade.
A história foi relatada por Amir Klink, disse ele que ao chegar no continente Antartico (pólo sul), preparado para passar o inverno solitariamente, encalhou (propositadamente) sua embarcação próximo a um monte famoso lá (não recordo o nome) o qual ele pretendia escalar prontamente. Foi quando se deu conta que não é possível controlar o tempo (não estou me referindo ao clima, e sim o tempo que marcamos com o relógio em horas, minutos e segundos).
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O que ele quis dizer com isso?
Ele continuou a contar que após “estacionar” sua embarcação, verificou que mesmo com todo seu planejamento pré-viagem, algo que estava muito acostumado a fazer, falhara num item básico. A água potável (2.000 litos) que havia levado para seu consumo inicial havia congelado nos tanques e seria necessário retirá-la (agora na forma sólida, gelo) para não estragar os tanques. Isso consumiu dele um tempo maior que 1 semana de trabalho duro. Durante esse tempo, todos os dias ele precisava preparar sua água que consumiria durante o dia para higiene, cozinha e consumo. Além do trabalho de esvaziar os tanques que foi um "imprevisto" , precisou também fazer manutenções na embarcação para que os equipamentos não se deteriorassem o período que permaneceria estacionado no meio do mar congelado (aproximadamente 1 ano), além de atividades triviais e diárias como cozinhar, gerar a energia elétrica que precisaria consumir no dia, limpar a embarcação para evitar o acúmulo de gelo, etc. Com tudo isso para fazer, passaram-se algumas semanas antes que ele pudesse dar uma caminhada pelas proximidades. O monte que ele queria tanto escalar demorou um pouco mais do que o planejado para conseguir realizar o feito. Foi aí que percebeu que durante nosso cotidiano existe um batalhão de pessoas trabalhando em coisas “invisíveis” que tornam possível que realizemos nossas atividades prazeirosas.

Mas isso não acontece apenas com ele. Quem de nós nunca passou por situação semelhante? Tirar as férias para ficar em casa e visitar os amigos, fazer uma lista de coisas que gosta e pretende fazer no tempo disponível das férias, aproveitar as férias da família para assistir a filmes que não consegue por diversos motivos assistir quando todos estão em casa, tirar um ano sabático para estudar um assunto novo ou concluir sua pesquisa, ou então sair do seu emprego para montar um negócio próprio e ficar “livre” do chefe. Quando vemos, o tempo passou e a lista teve apenas um item ticado, ou o negócio não decolou devido à necessidade de uma equipe de apoio que ainda não existe… e assim vai.

Todas as coisas listadas acima são compreensíveis e válidas, porém não podemos nunca esquecer do tempo. Sempre tem um exército de pessoas trabalhando ao nosso redor que passam desapercebidas e são essenciais para permitir a realização da atividade principal. Por exmplo, um simples lanche na padaria, alguém fabricou a farinha, alguém comprou, alguém preparou a massa, alguém assou, alguém gerou a eletricidade para o forno, alguém vendeu, alguém disponibilzou o combustível para usarmos no automóvel que foi usado para comprar o lanche… e etc.

As pessoas existem e precisamos ter completa aceitação que precisamos dos outros sempre e não conseguimos fazer tudo sozinhos. Trabalhar em equipe é essencial para que haja harmonia em todas as atividades interrelacionadas. Quanto maior a sinergia que conseguirmos criar, maior será o aproveitamento e a eficácia do uso do tempo. Podemos ter todos os recursos do mundo à disposição, mas nada disso fará o tempo parar ou andar mais lentamente. Algumas atividades dependem do tempo e isso não é negociável. Outras dependem de pessoas e devemos sempre respeitar a todos, por mais despresível que pareça o trabalho que elas estão realizando.

Entre tempo e pessoas, se fosse possível escolher a mais importante, eu escolheria as pessoas.
(http://www.amyrklink.com.br/)

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